O milagreiro
"A fama do jovem frade milagreiro depressa alastrou pelo País, mas então mais como protector de namorados e muito especialmente como casamenteiro. Numa sociedade mais fechada e muito menos alfabetizada, nessa altura era difícil aos enamorados manifestarem abertamente os seus sentimentos. Daí que as raparigas, nestes casos sempre mais expeditas e devotas, recorressem com frequência ao santo do seu coração para encontrar namorado. Para além das rezas e promessas que lhe faziam, as jovens chegavam mesmo a escrever-lhe um bilhete para que ele intercedesse no sentido de poderem vislumbrar a sua alma gémea. Quantas vezes se atreviam a escrever o nome do eleito, a ver se a tarefa do santinho ficaria mais facilitada... Junto da igreja do santo, à Sé, até foi instituído, com um oportuno sentido comercial, uma espécie de escritório para quem não soubesse redigir as suas missivas. Reza a história, citada por Appio Sottomayor, que “um estabelecimento das imediações dispunha de escrivão privativo para atender as pretendentes e redigir as súplicas, a troco de algum metal...”.
(Edite Esteves, Jornal “A Capital”, 2 de Abril de 1999)Eu particularmente gosto de Santo António (também de São Francisco e Santo Agostinho), gosto que esteja a segurar "o menino", gosto que seja Franciscano.... gosto e pronto. E também das sardinhas, os pimentos assados, o pão... e os manjericos !!!
Mas esta história de pedir casamento e namorado(a) ao pobre santo.... é muita gente (alguns desesperados...), coitado! Como vai poder atender a todos?