sábado, setembro 30,20:58
Vinícius de Morais
De tempos em tempos eu não resisto... e volto a falar na Lua.
Nas suas fases, influências, representações da mulher, do feminino...

E hoje ao ler alguns poemas que tenho no meu computador, abri a pasta de um dos meus poetas preferidos. De maneira simples... diz como quem brinca... palavras marcantes, cheias de sentimento e paixão:
Soneto de Orfeu

São demais os perigos dessa vida
Para quem tem paixão, principalmente
Quando uma lua surge de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar, que atua desvairado
Vem unir-se uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Uma mulher que é feita de música
Luar e sentimento, e que a vida
Não quer, de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento,
Tão cheia de pudor que vive nua.
 
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terça-feira, setembro 26,21:47
Uma casa no campo
Entro pela parte de trás, pela cozinha e a primeira coisa que sinto é o cheiro de doce de leite (de cortar) acabado de fazer. Passo o dedo pela panela e levo um raspanete da minha mãe, sigo em frente determinada e chego à sala de jantar, toda aquela luz de uma casa feita de pedra, madeira e principalmente de vidro apanha-me de surpresa, porque olho em frente e vejo o lago a reflectir a luz da tarde, a mesma luz que nunca é igual em outra altura do dia ou em qualquer outro lugar.

Olho para a esquerda, depois de passar pela mesa redonda feita de um único tronco de árvore, com o tampo cortado como uma fatia de tarte de laranja e vejo uma criatura no chão... o meu cão, perdigueiro, branco e preto, orelhas caídas com cara de chateado... pois claro, a minha gata não o deixa em paz nenhum minuto, a roçar nas suas patas... e ele, sabe que nada pode fazer e encosta-se à parede à espera que ela desista.

Desço dois degraus e estou na sala de estar, do lado direito, num canto especial e num sofá de dois lugares apenas, com a janela à sua frente está o meu pai a ler o jornal, calmamente diz-me para parar de dançar ballet com meias pelo chão (de tábua corrida e encerada), porque vou cair... E caio. Como sempre ele tinha razão, mas a música e o palco, ambos imaginários... são mais fortes e continuo assim mesmo, até cair outra vez e mais outra...

Desisto, sigo em frente, do meu lado esquerdo passo pela porta do meu quarto que tem o tecto descaído, da maneira que eu gosto e desço mais dois degraus. Cá estou, perto da lareira, sem paredes à minha frente, só vidro a ver o lago.

O lago onde com um barquinho a remo, via os “helicópteros” (nome que o meu pai dava às libélulas para nos chamar a atenção), que atravessava a nado, seguida pelo meu cão e pelo meu irmão (um chato) que sempre arranjava maneira de acabar com o meu sossego. Desvio o olhar e vejo do outro lado macieiras em flor, tantas...

Se fechar os olhos consigo tocar esta lembrança, sentir o cheiro do verde, a água a correr, o toque na madeira e nas pedras de uma casa, de um lugar que não tinha nada e foi construído desde a primeira pedra. Um lugar nosso, mas principalmente um lugar meu, tão meu que ainda existe aqui. Comigo.

*este post não tem imagem, porque nenhuma era capaz de descrever este lugar...
 
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domingo, setembro 24,19:12
Os maus da fita
Este post é uma continuação do anterior, o "confessionário" onde literalmente admito a minha preferência pelo Coyote...

É verdade, acho que não é só comigo, que os "maus" exercem um grande fascínio. De personalidades especiais e sempre com um grande motivo anterior ou na história das suas vidas para serem maus... e talvez porque ultrapassam tudo o que seja razoável e que uma pessoa normal não faria para atingirem os seus objectivos.

O Coyote é o meu precioso exemplo... como respondí anteriormente ao comentário do Alex, é persistente, arranja mil e uma maneiras de tentar chegar ao seu objectivo, nunca... nunca desiste. Podem cair-lhe pedras em cima, bombas e mísseis... Cai de precipícios, é esmagado por uma bigorna e ainda assim, tem sempre tempo de olhar para a câmara ou até de dizer adeus antes de chegar ao chão. Por outro lado, penso que foi assim, desde pequena que me "despertou para o marketing" uma vez que é um fiel consumidor ACME!!!! ("A Company Manufacturing Everything").

Agora digam-me como não gostar de uma personalidade assim?

Deixo-vos com outro clássico, um dos grandes filmes western que eu algum dia ví. Não que eu goste muito do género... porque os westerns não me atraem, a não ser que sejam espetaculares como este:

Nem só de chapeuzinho vermelho vivem as boas histórias, o lobo mau contribuiu e muito para isso...
 
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sexta-feira, setembro 22,22:16
Confessionário

O que eu gosto mesmo...
é do coyote!!!
 
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quarta-feira, setembro 20,10:07
It´s up to you...

Bom mesmo é lutar com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante".

(Chaplin)
 
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sexta-feira, setembro 15,22:17
Depois
De uma semana impossível,
de em 5 dias ter tido tempo para almoçar em 2,
de ter de fazer às pressas uma apresentação,
sentir-me doente a 3 dias e não ter tempo para ir à farmácia,
de uma reunião que durou 5 horas numa 6ª feira...
às vezes apetecia-me... ser feminina.
Por isso hoje vou dormir cedo e...
amanhã vou às compras só para mim.
Não antes de deixar tudo em ordem,
como uma dona de casa quase desesperada
e sozinha,
sentindo como se levasse...
o mundo às costas.
 
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quarta-feira, setembro 13,20:06
Hoje eu precisava de algumas definições:

Diálogo:
1. fala entre duas pessoas; (ok)
2. colóquio; (ok)
3. composição musical de duas vozes ou de dois instrumentos que se respondem e por vezes se reúnem. (?)

Falar:
1. proferir por palavras; (ok)
2. ser expressivo, mesmo sem palavras; (humm... ... ...)
3. manter relações; (será?)
4. - por -: tagarelar, só para dar à língua. (sinceramente...)

Calar:
1. fazer estar em silêncio; (ok)
2. não dizer ou divulgar o que se sabe; (depende...)
3. penetrar; (???, sem comentários)

Linguagem:
1. expressão do pensamento, por meio de palavra; (ok)
2. qualquer meio de exprimir o que se sente ou pensa. (ok)

Resultado:
1. acto ou efeito de resultar; (ok)
2. consequência; (ok)
3. efeito. (ok)

O resultado ...está na interpretação... palavras são o que dizemos com várias intenções, o que se diz mas sente-se que foi pouco, o que se diz mas no fundo não é nada daquilo, o que se quer dizer mas não se consegue, o que não se quer dizer, o que se quer deixar claro, o que se quer omitir,... tudo depende de quem diz e principalmente de quem ouve...

O melhor intérprete é aquele que não precisa de palavras para saber o que o outro quer dizer...

Fonte: Priberam
 
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segunda-feira, setembro 11,20:41
Universos Paralelos

A sua definição é uma interpretação da mecânica quântica, que propõe a existência de múltiplos “universos paralelos”, que por sua vez são idênticos, mas ocupam diferentes estados físicos.

Mais complexas são as duas idéias chave sobre os tais universos paralelos. A primeira diz que existe uma função para todo o Universo que obedece à equação de Schrödinger para todo o tempo. A segunda é que este estado universal é uma sobreposição de vários, infinitos, existentes universos sobrepostos mas que não se comunicam entre si...

Os diferentes mundos e universos paralelos criam uma interação a nível dimensional que muitas vezes afetam nossa vida no plano mais denso. Formamos parte de uma serie de seres iguais a nós, ou seja, nossa consciência está limitada a um corpo material aqui na Terra, mas esta mesma consciência está fracionada em outros corpos... vivendo em distintos e diferentes planetas e sistemas ou até em outras dimensões . Como coordenar toda esta realidade com a nossa existência , muitas vezes limitada pelo espaço e pelo tempo?

Vídeo

"... os físicos chegaram a conclusão que, para o universo ser sustentável matematicamente, ele precisa necessariamente ter 11 dimensões. E que na verdade o big-bang não foi a explosão de uma singularidade, mas sim o choque entre duas dimensões. O nosso universo é na verdade um Multiverso, com infinitos 'universos'. Os físicos já trabalham com a certeza (probabilística) de que existem várias outras civilizações no Multiverso..." (BBC - Universos Paralelos)

A vida na Terra é a aventura mas incrível que possa experimentar um ser em vias de evolução. As energias planetárias contribuem a manter as formas de vida na superfície, dentro de uma limitação energética resultante da interação de diferentes tecidos interdimensionais que separam os diferentes ambientes planetários, nos planos etéreos e físico, criando uma estrutura coerente para a vida em evolução...

Posto isto... em que dimensão a minha vida vai encontrar a tua?

 
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sexta-feira, setembro 8,22:22
Uma pequena reflexão...

Deve ser por isso que os anjos andam nus...
 
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segunda-feira, setembro 4,23:25
Navegar
Parte 1


Quanto vale um barco?
Quanto vale a paixão por navegar?
A sede de vencer?
Não existir um segundo lugar?

Quanto vale 4 anos de pesquisas e tecnologia, construir uma sede, manter uma equipa por todo este tempo?

Quanto vale ir ao mar todos os dias e por 6 horas, medir, comparar, testar todos os instrumentos com a finalidade de ganhar?

Quanto vale fazer parte disto, sentir emoção ao ver como se faz?


Museu das artes e ciencias, Valencia

Vale o que se sente quando pensamos que o homem pode mover montanhas, mares e ir ao fim do mundo quando quer uma coisa...

2 milhões de euros custa o barco.


Parte 2

Todos os dias chegam barcos às Canarias (cayucos), protagonistas de um flagelo, vindos da da Costa Africana. Os seus tripulantes são na maioria homens jovens, mas também existem mulheres e crianças.

Alguns ficam pelo caminho, pela fome e frio. Outros nunca chegam e os seus corpos vêm dar ás praias.

As organizações humanitárias trabalham constantemente, tendas são erguidas, recebem água e comida, além dos cuidados médicos. São milhares, são o triplo até agora do que eram no ano passado...

Pagam cerca de 700€ pela viagem e o retorno de 50% é garantido caso sejam repatriados.

Parte 3
Para uns, navegar é conseguir uma nova vida, a chance de chegar a um lugar seguro, poder ter um trabalho, trazer a família no futuro e quem sabe viver com dignidade.

Para outros navegar é vencer, paixão pelo desporto, pela supremacia tecnológica, competir pelo poder de estar em 1º lugar.

E continuo a fazer perguntas para as quais não tenho respostas, tão confuso é este mundo, tão estranhas são as nossas paixões, tão diferentes as formas de "navegar".
 
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