Parte 1
Quanto vale um barco?
Quanto vale a paixão por navegar?
A sede de vencer?
Não existir um segundo lugar?
Quanto vale 4 anos de pesquisas e tecnologia, construir uma sede, manter uma equipa por todo este tempo?
Quanto vale ir ao mar todos os dias e por 6 horas, medir, comparar, testar todos os instrumentos com a finalidade de ganhar?
Quanto vale fazer parte disto, sentir emoção ao ver como se faz?
Museu das artes e ciencias, Valencia
Vale o que se sente quando pensamos que o homem pode mover montanhas, mares e ir ao fim do mundo quando quer uma coisa...
2 milhões de euros custa o barco.
Parte 2
Todos os dias chegam barcos às Canarias (cayucos), protagonistas de um flagelo, vindos da da Costa Africana. Os seus tripulantes são na maioria homens jovens, mas também existem mulheres e crianças.
Alguns ficam pelo caminho, pela fome e frio. Outros nunca chegam e os seus corpos vêm dar ás praias.
As organizações humanitárias trabalham constantemente, tendas são erguidas, recebem água e comida, além dos cuidados médicos. São milhares, são o triplo até agora do que eram no ano passado...
Pagam cerca de 700€ pela viagem e o retorno de 50% é garantido caso sejam repatriados.
Parte 3
Para uns, navegar é conseguir uma nova vida, a chance de chegar a um lugar seguro, poder ter um trabalho, trazer a família no futuro e quem sabe viver com dignidade.
Para outros navegar é vencer, paixão pelo desporto, pela supremacia tecnológica, competir pelo poder de estar em 1º lugar.
E continuo a fazer perguntas para as quais não tenho respostas, tão confuso é este mundo, tão estranhas são as nossas paixões, tão diferentes as formas de "navegar".